Crítica | A Informante (All Souls)

Jovens são feitos de cobaias para mandados de investigações feitos pela polícia. A premissa do filme de Pickett é o drama de uma jovem mãe solo. Uma premissa para não deixar tão evidente ao espectador, mas que nós possamos sentir, sentir a aflição e a pressão. Mesmo que o filme aparenta abordar e trazer algo novo, ele acaba caindo no sensacionalismo e no mais famoso mais do mesmo. 


River (Mikey Madison), Uma jovem mãe solo e contratada por políciais, para uma secreta investigação que envolve tráfico de drogas e o pai de sua pequena filha. O filme de Emmanuelle Pickett aborda a pressão de jovens "forçados" a trabalharem para a polícia. 


O filme de Emmanuelle Pickett tem uma narrativa bem simples e curta. Os sentimentos são mostrados com muita transparência pelas cores que o filme propõe. As paletas de cores compostas nas cenas são muito carregadas e fortes, uma escolha inteligente da diretora, pois se o filme apenas se garantisse com a narrariva e os diálogos, acabaria ficando monótono e cansativo. 


A decupagem é algo bem carregada, as cores são algo muito fortes e vibrantes, as vezes levando-o o espectador a uma certa confusão nos ambientes, uma confusão pelas cores e uma confusão como certas cenas são gravadas e compostas, cenas de lutas ou brigas são gravadas com câmera na mão trazer algo verídico e aflituoso para as cena. Uma linguagem do cinema realista que acaba sendo muito mau utilizado, pois é tudo muito confuso. A ideia era trazer realismo, e acabou trazendo confusão e uma sensação hesitante da diretora. 


Mesmo que, A Informante de Emmanuelle Pickett aborda um tema repetitivo de investigação a uma rede de tráfico, o longa se "diferença" pela sua profundidade interpretativa. Se apenas assistirmos o filme com uma visão rasa e superficial, podemos até nos decepcionar com a simplicidade narrativa. 


Mas Pickett, escolhe aborda a linguagem para se diferenciar e mostrar uma perspectiva diferente para seu filme. A premissa é uma mãe abandonada pelo pai de sua filha, um traficante de drogas. A polícia sabe do caso e da onda de tráficos que está acontecendo na cidade, então eles contratam uma jovem que serve de cobaia para descobrir a localização do lugar onde está acontecendo essa rede de tráfico. 


Essa ideia de servir de cobaia para atos criminalistas, é um assunto bem real não só no mundo em que o filme está, mas também no nosso mundo. O uso de jovens feitos de objetos pelas autoridades, se pensarmos é um caminho mais fácil a ser seguido. Inúmeros policiais são mortos em combates, ou em crimes em flagrantes a todo ano, o uso de pessoas mandadas a investigar atos criminosos e um pensamento que pode até diminuir o índice de mortes polícias, mas aumentando também o índice de cidadãos mortos. 


É um tiro no escuro se pensarmos bem. Um ato e um pensamento arriscado, mas no contexto do filme é algo que reforça e dramatiza a relação de mãe e filha, onde se repete denovo a mulher sendo a super-heroína. 


Este pensamento pode tanger lacrador ou feminista. É como a final girl de um filme slasher de terror, uma garota que sobrevive à atos difíceis e mortíferos de um vilão. 


Se pegarmos o filme como um todo, A Informante trabalha elementos já vistos no cinema, mas é feito de uma forma carregada usando luzes fortes e cores fortes, o que mais se destaca é sua fotografia e não sua narrativa. Pois podemos interpretar esse filme como um slasher feminista. 


Um filme que tenta ser autoral, inovador e que tenta nos alertar de um problema envolto em nossa sociedade, um problema e temática que poderia ser utilizado de inúmeras formas diferentes e úteis. 








A Informante (All Souls) - EUA, 2023
Direção: Emmanuelle Pickett 
Roteiro: Anthony Ragnone II
Elenco: Mikey Madison, G-Eazy, Samuel Roukin, Mia Love Disnard, Zach Villa, Xavier Jiménez, Jess Gabor, Joseph H. Johnson Jr., Calvin Clausell Jr., Jaime Navarro, Billie J Bradford, Polina Gourin, Moise Amadou, Faye Nightingale. 
Duração: 81 min. 

Por: Felipe Porpino 




















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