Crítica | Maestro
Bradley Cooper, está implorando por um Oscar!
*
Um bom filme, é um filme que não idealizamos e cogitamos outros recursos para sua narrativa e para sua trama ser feita, não é o caso de Maestro.
Quando uma história tem uma boa escolha temática para o filme, isso não justifica que ele será um bom filme. O que vai dizer que uma obra é é certeira com a obra original, são as escolhas estilisticas escolhidas pelo diretor para nos impactar com aquela obra, e também, algo que case com todos os aspectos que a premissa proporciona. Não tem sensação melhor e mais prazerosa do que sair da sala de cinema com aquele filme, dias e dias em nossas mentes, e isso não aconteceu com Maestro.
Eu sinto, que o diretor se perdeu no que ele próprio quis mostrar em seu filme. Maestro é uma mistura de tantos gêneros, que a narrativa não sabe se vai para um lado ou para outro. Uma hora o diretor quer mostrar algo mais íntimo e pessoal, como a sexualidade e a vida do personagen fora da música, e por outro lado mostra a sua vida com sua mulher e seus filhos, ou seja, o pilar principal e essencial para uma obra biográfica, é a organização de fatos da vida de um indivíduo, coisa que não consigo ver em Maestro.
O diretor, aposta o filme inteiro no relacionamento de Leonard e sua esposa Felicia, mas até o modo que os dois personagens se conhecem, é muito rápido e apressado, em apenas duas cenas, acontece o primeiro beijo do casal, ou seja, nem isso é bem construído. É tudo muito Hollywoodiano, não fazendo sentido com o que o filme é, uma obra biográfica. É como se Cooper quisesse ir logo à premissa do filme sem ao menos explorar a vida e os sentimentos dos personagens.
Quando terminamos de ver Maestro, não consiguimos distinguir a verdadeira intenção que Cooper quis nos mostrar em seu filme. Parece que ele tira todo foco narrativo que é essencial para uma boa construção biográfica, e aposta em montagens mirabolantes e uma troca de cenas em preto e branco para o colorido, mostrando a passagem de tempo, e de vida para os personagens, de uma forma muito óbvia e previsível.
A ideia e a intenção parece até ser boa, mas os acontecimentos e as eclipses temporais, acabam sendo desorganizadas para uma obra biografica. Cooper aposta seu filme em sua montagem, uma montagem que parece mais algo para "exibir" o seu filme, é como se o diretor não pensasse em recursos para mostrar a passagem de tempo dos personagens.
Sinto um sentimento de obsessão ao Oscar. É como se o cineasta escolhesse todos os elementos cogitados nas categorias do Oscar e utilizasse para seu filme como um meio de fã service bajulador para o prêmio. Um certo apego ao cinema Hollywoodiano clássico, que não acerta em ser nostálgico nem muito menos inovador para um prêmio como Oscar.
É como se o diretor quisesse diferenciar seu filme aos demais filmes biográficos, e desperdiçando os pontos chave para uma boa construção narrativa. Podemos dizer que Maestro dirigido por Bradley Cooper, é um filme que tenta ser o "diferentão", e que acaba tentando mesmo, não saindo de um canto, nem de outro.
A premissa de Maestro, está mais para um drama romântico podemos dizer. Cooper tenta fazer algo majestoso mesmo deixando a mostra as imperfeições da vida de Leonard, ou seja, o cineasta não é o "advogado do diabo", apenas está contando sua vida de forma objetiva e verdadeira para o espectador, essa objetividade é algo muito presente na narrativa, o filme é muito dinâmico e ágil em seus acontecimentos, deixando o monótono de lado e aderindo ao dinamismo. Trazendo uma vida conturbada e escondida, de um músico, e de sua família que vivia de aparências, e um músico que sua vida foi composta pelo que a impressa queria ver. Insumo, tudo isso acaba sendo muito pouco aproveitado em tela, deixando recursos estilisticos exibicionistas à tona, como um meio de premiação para o filme.
Maestro (Idem – EUA, 2023)
Direção: Bradley Cooper
Roteiro: Bradley Cooper, Josh Singer
Elenco: Carey Mulligan, Bradley Cooper, Matt Bomer, Maya Hawke, Sarah Silverman, Michael Urie, Brian Klugman, Gideon Glick, Sam Nivola, Miriam Shor, Alexa Swinton, Josh Hamilton, Zachary Booth, June Gable
Duração: 129 min.
Por: Felipe Porpino
Comentários
Postar um comentário