Crítica | O Mundo Depois de Nós (Leave The World Behind)

Como seria o nosso mundo sem a tecnológia? O caos, e a desunião poderia causar um apocalípse para o mundo ou até podendo causar a extinção da humanidade. Mesmo o ser humano pecando com a natureza, no final de tudo, a natureza tem a piedade de nos ajudar.

No final de 2023, o diretor Sam Esmail traz um assunto real e amedrontador que poderia ter o poder de acabar com a sociedade que vivemos. Nós trazendo uma realidade perturbadora e claustrofóbica, uma realidade que poderia acabar com vicios, e testar a fidelidade de pessoas. 

Uma família passam as férias em Long Island, mas dois estranhos que dizem ser o proprietário da casa G. H. Scott (Mahershala Ali) e sua filha Ruth Sott (Myha'la Herrold), dizem que á um apagão misterioso na cidade, que poderia acarretar em uma guerra civil ao país, e a morte a América. 

O sentimento claustrofóbico que temos diante um mundo á beira do caos, é certeiro. A decupagem é feita em lugares distantes e isolados, podendo nos causar um certo desconforto. A câmera sempre propõe mostrar as vegetações e nosso planeta, levando á um leve sentimento de abandono e de despedida do mundo. É como se víssemos os últimos momentos daqueles personagens, os últimos momentos da vida quem que vivemos. 

O uso de cores vibrantes e quentes em cenas que os personagens estão bem "acolhidos", servem como algo que nos trazem a sensação de proteção, e cores esverdeadas e azuladas quando estão em contado com o mundo, levando a um desconforto, e uma possível onda de radiação que poderia paerar sobre a região, ou seja, a decupagem e a fotografia são amplas e fechadas mostrando em cenas e acontecimentos individuais, e por maioria das vezes nos deixa uma sensação de abandono e claustrofóbia quando estamos "seguros na mansao". 

É como se os personagens não estivessem seguros em lugar algum. Mesmo acolhidos em uma bela mansão, isso não significava que eles estavam seguros. 

A desconexão geral da tecnológia testam os personagens, testam sua fidelidade, seus vícios e sua sede de entretenimento. 

O modo que a natureza é exibida no filme de Esmail, é algo vivido e vibrante. Criamos um apego e zelo emocional natural com paisagens e com o mundo, criamos este sentimento pois sabemos que tudo será passageiro. E que em um piscar de olhos pode acabar. O medo que temos de que isso tudo que vivemos acabe, é transmitido pelas emoções, e sentimentos emocionais da vida dos personagens quando o mundo estava tudo sobre controle. Os desejos de saber o final de algo pode ser interpretado como algo tolo diante em um mundo em caos, mas não. A felicidade pode vir de qualquer maneira, o julgamento que fazemos é algo ignorante de nossa parte, e que contextualizado com o filme, pode trazer uma certa saudade dos personagens com o mundo que eles estão acostumados. 

Sam Esmail, traz um temor muito grande da

sociedade em seu filme. O medo que temos de algo tão importante para nós nos dias de hoje, o que seria se derrepente os sinais desligasse? Por ironia do destino, tempos atrás havia boatos que poderia haver um apagão, que a Internet e a tecnologia poderia misteriosamente apagar. O caos, pessoas matando pessoas pela sobrevivência, seria um apocalípse para o mundo. Pois podemos dizer que o mundo que vivemos hoje, é um mundo digital. Em um pensamento generalizado, a Internet e aparelhos digitais não são apenas úteis apenas para o entretenimento, mas são úteis para manter o mundo pleno e fluído. A desconexão de GPS, e portais de notícias iriam ser um caos para o mundo. 

A humanidade iria acabar com ela mesma, matando uns aos outros. A falta de recursos de sobrevivência iriam causar desespero, desespero leva ao caos, o caos leva a morte. 

Um assunto verossímil e atual nos dias de hoje, Esmail fez um filme que nos causa de tudo um pouco. Temos receio de certos personagens, temos um sentimento de abandono e uma sensação claustrofóbica e doentia, e um desespero de que o mundo nunca mais fosse o mesmo. O uso de cervos, simboliza a bondade e a pureza vinda da natureza. Uma natureza que é judiada e desmatada pela humanidade, mas mesmo em situações difíceis, a natureza sente uma certa empatia pela humanidade. 

Implicitamente, o filme de Esmail é um tapa na cara, nos fazendo refletir para vivermos com paz e harmonia com a natureza. Que mesmo em situações semelhantes a um fim do mundo, a natureza desmatada e destruída pela humanidade ainda sente empatia de nós. 

O Mundo Depois de Nós (Leave the World Behind – EUA, 08 de dezembro de 2023)
Direção: Sam Esmail
Roteiro: Sam Esmail (baseado em romance de Rumaan Alam)
Elenco: Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke, Myha’la, Farrah Mackenzie, Charlie Evans, Kevin Bacon
Duração: 141 min.

Por: Felipe Porpino