Crítica | Feriado Sangrento (Tanksgiving)

Um feriado sangrento, cheio de referências a slashers clássicos. Um trabalho que procura mais ser nostálgico do que autoral. 
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Um slasher que claro, entrega muito sangue, mas não entrega inovação alguma. Eliot Roth recheia o filme de referências à slashers clássicos como Sexta-feira 13 e filmes da franquia Halloween, mas o filme é tão repleto de referências que acaba se parecendo um trabalho nostálgico.


Isto resumiria bem Feriado Sangrento, um slasher nostálgico, com uma final girl, e um assasino com uma arma afiada em suas mãos. Motivações... Passados traumáticos, não podemos "passar pano" para pessoas que culpam o passado, o ser humano está apenas querendo uma brecha para fazer o que sua alma mais quer, e quando faz o que deseja, joga toda sua psicopatia traumática no passado de sua vida.


É feriado de ação de graças, Thomas Wright (Rick Hoffman) é dono de uma loja que irá ter promoções na Black Friday, só que o que era pra ser uma promoção acabou em morte. Anos mais tarde, um temível assasino chamado Jhon Carver, um "justiceiro" vinga as morte das vítimas do fadidico feriado de ação de graças. 


Eli Roath, cobre o filme com muitas simbologias, principalmente a simbologia das cores. Os personagens estão à todo momento rodeados de vermelho, roupas e cenários vermelhos surge no mise-èn-scene como um método de alerta para o perigo eminente que terá. Entre outros elementos do terror slasher como sangue, sangue e mais sangue. O diretor opta pelo óbvio do gênero terror, a trilha sonora, em momentos desesperadores, uma música estimulante característica do terror. 


O uso do terror em locações escolares e teens, nos traz uma percepção de um terror muito jovial para o filme. O típico filme de slasher que é repleto por jovens rebeldes fora-da-lei, algo repetitivo demais para o cinema do terror.


Feriado Sangrento não traz nada de novo a não ser a nostalgia, o saudosismo sentido por Eli Roth, o filme parece estar mais interessado em fazer menções ou referências à outros slashers de terror do que fazer um novo slasher. Um certo  aprisionamento ao gênero que pertence. O gore e o jorrar de sangue, uma final girl que se parece indefesa mas sobrevive ao temível assasino, jovens rebeldes e um assasino da machadinha, ja é algo saturado para o slasher. Não acho que manter uma eterna padronização de gênero é algo bom, o cineasta fica preso à uma metodologia não criada por ele, mas criada pelo próprio gênero, deixando o mérito do cineasta, para quem começou tudo isso. 


Sinto que o diretor faz cenas extremamente violentas para recompensar toda à nostalgia composta no filme, que aos olhos de críticos ou amantes do cinema, poderia cair no ridículo. É como se o sangue, tripas e órgãos jogados para fora fosse uma marca registrada e própria do filme, como algo extremamente autoral do cineasta, e que aquilo fique armazenado em nossa memória como um filme marcante,  Feriado Sangrento tenta de todas as formas ser um filme marcante, mas não é. Sua trama não é marcante e  sua narrativa muito menos. 


A tentativa chega até ser boa, mais não consegue se concretizar, vejo o filme como um trabalho saudosista, os elementos são apelativos como um meio de se mostrar diferente, mas o filme cai no igual. Igual aos demais, e o desfecho é típico de um Blockbuster de meia tijela. 


Não é uma critica aos Blockbusters, pois a muitos Blockbusters que são ótimos como De Volta Para o Futuro (1985), Tubarão (1975), ET (1982), Indiana Jones (1981) entre outros, são obra-primas do cinema. Minha implicância é que Feriado Sangrento é um Blockbuster mais que tenta plagiar muita coisa e acaba sendo nada de novo para o cinema. O filme tenta ser uma obra que promete ser lembrada, só que ela só promete. 






Feriado Sangrento (Thanksgiving – EUA, 2023)
Direção: Eli Roth
Roteiro: Eli Roth, Jeff Rendell
Elenco: Patrick Dempsey, Ty Olsson, Gina Gershon, Karen Cliche, Nell Verlaque, Rick Hoffman, Gabriel Davenport, Jalen Thomas Brooks, Mika Amonsen, Amanda Barker, Shailyn Griffin, Tim Dillon, Chris Sandiford, Addison Rae, Tomaso Sanelli, Jenna Warren, Milo Manheim, Joe Delfin
Duração: 106 min.

Por: Felipe Porpino 






















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