Crítica | Wonka
Um aprisionamento criativo, de um talentoso jovem chocolateiro.
No filme, A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971), o cineasta Mel Stuart, escolhe comover o espectador por meio do Idealismo social em uma sociedade egoísta. E que um garoto pertencente ao Naturalismo social, dramatiza todo o enredo narrativo. Já em A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton, ecoa todos os mesmos acontecimentos do primeiro longa, só que com uma metodologia mais contemporânea e sombria. Por mais que, os filmes sobre o confeiteiro redize aspectos já representados com sutileza tudo aquilo já criado anteriormente. Wonka, de Paul King, não é tentado à fazer um filme que seja maior ou melhor que os anteriores, talvez sua intenção nem seja essa. Mas sim a vontade de apresentar algo mágico e cronologico para o personagem.

Willy Wonka (Thimotée Chalamet), é um talentoso jovem chocolateiro, que motivado por sua mãe, é apaixonado por chocolate. O seu maior sonho é inaugurar uma loja de seus fantásticos e incríveis doces. Mas, Arthur Slugworth (Paterson Joseph), um confeiteiro mestre na arte do suborno, está motivado à acabar com a carreira do talentoso jovem Willy Wonka.
A primeiro sentimento que Wonka me trouxe, foi um mergulho imersivo de volta à minha infância. Quando somos crianças e vimos à um filme repleto de encanto e fantasia, somos deixados à ser levados por aquilo, isto é que todos os efeitos especiais deslumbrantes no filme, faz com que o espectador se envolva cada vez mais com lembranças de nossa infância. A predileção por efeitos especiais "exagerados", é um método de linguagem válido e muito bem utilizado para aquilo que o filme quer nos passar, se diferenciando dos filmes anteriores. Wonka, se distingue por isso, em nenhum momento o filme mostra ser um A Fantástica Fábrica de Chocolate 2, e sim procura brechas opcionais para criar algo totalmente novo e mágico relacionado ao personagem. As referências funcionam como um arquétipo nostálgico apenas para trazer elementos sutis dos filmes anteriores, como a cartola do personagem e seu sobretudo.
Em um mundo lúdico e fantástico, as cenas são realizadas com uma maestria muito limpa podemos dizer. Para os amantes do verossímil, Wonka pode se parecer um filme muito sobejo em elementos especiais, isto é que, devemos analisar e se deixar levar por aquilo que o filme é, deixar nossas opiniões pessoais à respeito do cinema de lado, e apenas imergir ao filme por aquilo que ele é. Por isso que Wonka, pode ser um divisor de críticas e opiniões a respeito pelo uso demasiado de efeitos especiais, mas tudo isso, faz parte do real proposto do filme.
Em sua decupagem, o filme traz um sentimento de aprisionamento criativo do personagem. Como se todos os atos estivessem conspirando para à destruição profissional do chocolateiro, podemos dizer que pelo excesso de talento que Willy carrega, o confeiteiro também carrega uma carga considerável de azar. Mas, por mais que este sentimento presente na decupagem seja presente semioticamente, tudo serve como um aprendizado profissional para o jovem, altos e baixos que são o caminho para o sucesso.
Todos os elementos, são trabalhados em conjunto. Desde a fotografia quente e gélida em alguns momentos, até o voo com balões coloridos, ou seja, toda a magia que está em Wonka, não se separa por categorias diferentes, e sim são levadas em uma única unidade.
O uso de um Willy Wonka jovem no começo de seus projetos, nos dá indícios de muito mais filmes do personagem mais pra frente. É bem provável de que seja a intenção de Paul King, em fazer uma série de filmes do confeiteiro. Que seria uma ótima ideia se pensarmos no modo de como o personagem seria explorado, o cineasta teria a liberdade criativa de criar uma história totalmente inovadora do chocolateiro, trassando um caminho totalmente novo para Willy Wonka nos cinemas.
Em última análise, a utilização de um Willy Wonka mais jovem serviu muito bem para a construção atual e futura do personagem. No filme, o que predomina é uma certa barreira para a criatividade do personagem, que é ótimo pois serve como identificação pessoal para o mundo que vivemos, onde nem tudo sai nos conformes planejados. É como um equilíbrio entre o realismo sutil e o mundo fantástico que o filme está, pois não fica apenas na pura fantasia. Trazendo o mundo absorto fantástico de Willy Wonka, com toques sutis de identificação pessoal para o mundo real.
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