Crítica | Lift: Roubo nas Alturas (Lift)


Lift: Roubo nas Alturas, apresenta uma estética contemporânea e barroca. Mas, todos estes elementos se tornam herméticos e imperceptíveis com uma narrativa genérica e desordenada. 

Um ladrão de peças artísticas chamado Cyrus Whitaker (Kevin Hart), é solicitado por sua ex-namorada Abby Gladwell (Gugu Mbatha-Raw) e pelo FBI à realizar um roubo em 100 milhões de dólares em barras de ouro, em um avião operacional, partindo de Londres para Zurique. Mas, o objetivo de tudo isso é impedir um ataque terrorista liderado pelo impiedoso Lars Jorgensen (Jean Reno). 

Antes de tudo, podemos dizer que Lift: Roubo nas Alturas (2024), é um filme maneiristas, com um leve e explícito interesse em explorar elementos estéticos da arte barroca. Mas, tudo isso acaba resultando em uma confusão narrativa mau idealizado e realizada. Isto não é um julgamento obras do cinema maneirista e neomaneirista. O cinema contemporâneo é repleto de obras-primas maneiristas. O diretor F. Gary Gray, que no auge de sua carreira como cineasta dirigiu filmes como, Sexta-feira em Apuros (1995), Até as Últimas Consequências (1996), A Negociação (1998) e entre outros filmes nos anos 90'. Neste filme, Gary Gray parece ter perdido totalmente o equilíbrio necessário para uma narrativa fluir com sentido lógico e coerente com aquilo que o filme está proporcionando. O longa, soa como algo que procura abordar inúmeros assuntos, mas que durante sua abordagem acaba perdendo todo o rumo necessário para uma obra ser harmônica e coesa. 

Tenho à sensação que, Lift:Roubo nas Alturas, foi uma chuva de ideias aleatórias de mise-èn-scene e roteiro. E mesmo que, o filme procure abordar uma estética mais tecnológica (contemporânea) e maneirista, à narrativa não segue um eixo objetivo. Em outras palavras, à sensação que o longa dirigido por F. Gary Gray, transpassa para o espectador, é de um filme que segue caminhos clichês e desordenados. Talvez, este pensamento resumiria o filme, um filme desarranjado e clichê. 

Lift: Roubo nas Alturas, é basicamente um filme genérico. Um longa que à primeira vista, já nos remete à filmes contemporâneos anteriores de ação e aventura. Um certo apego nostálgico à filmes que causam um encantamento imersivo à um público mais jovem. Insumo, sua proposta basicamente é embasada nessa intenção explícita proposta pela produção. 

O filme, ladeia à mise-èn-scene com elementos em cores e tons amareladas, justamente para reforçar à atmosfera onírica luxuosa, contextualizando com os elementos narrativos do filme. E toda essa diegese que está na fotografia, pode funcionar em um sentido mais estético para o filme. Mas, um bom filme está em como sua narrativa fluirá à partir de elementos escolhidos pelos produtores e pelo cineasta, e como tais ações tomadas pelos personagens irão ser realizadas com o contexto atmosférico proposto pelo filme. 

Realmente, é muito decepcionante ver um trabalho rico em recursos visuais e estilisticos que poderia resultar em um ótimo trabalho audiovisual. A narrativa procura rumos totalmente distintos, caminhos sem sentido algum. Lift: Roubo nas Alturas, é um filme que procura impressionar em certos aspectos narrativos contemporâneos, mas todo esse pensamento conceitual é jogado ao leu, com ações e acontecimentos que procura ser uma quebrar de padrão de filmes invariaveis do gênero. Em um linguajar popular brasileiro, podemos dizer que Lift: Roubo nas Alturas, é uma farofa com ingredientes aleatórios. Basicamente um filme sobre criminosos do "bem", e uma narrativa uniforme contemporânea. 




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