Crítica | A Sala dos Professores (Das Lehrerzimmer)

Contraste entre a inocência e a rebeldia. 

Em uma análise rasa e superficial, A Sala dos Professores (Das Lehrerzimmer) poderia facilmente cair no time dos filmes "bobinhos" de 2023. İlker Çatak partilha de uma ingenuidade narrativa para contrastar assuntos xenofobicos e raciais com muita sutileza podemos dizer. À sutileza, está no minimalismo estilistico que o cineasta prefere optar para causar um sentimento angustiante e claustrofobico de um julgamento em um simples ambiente de trabalho. Antes qualquer coisa, é interessante como o minimalismo é muito bem utilizado e justificado em sua mise-èn-scene. Paletas gélidas e pilastras azuladas, causam um enjoou no espectador, como se um ambiente cotidiano de trabalho, repentinamente se torna um pandemônio. Em suma, no filme o que parecia ser um ambiente saudável e inocente, se torna um espelho para à rebeldia e o sensacionalismo virem de forma desmascarada e demasiada. É como se toda à repercussão causasse um afastamento profissional no trabalho dos personagens, e toda essa balbúrdia fosse uma lacuna para certas desconfianças se tornarem verídicas.

Nada em nossas vidas deve ser realizado de maneira crua e rasa. É curioso deciflarmos certas menssagens escondidas que são contornadas de significados psíquicos. Çatak, utiliza cores gélidas para realçar confusões mentais e físicas que aquele ambiente está sofrendo, aqui temos o azul como algo predominante em ambientes e figurinos. A mise-èn-scene, parece engolir os personagens em uma bolha crescente de dúvidas e discórdias.

É até engraçado o modo de como os planos e os personagens são filmados. À câmera na mão traz um sentimento "amador" e "inexperiênte" para o filme, tudo aquilo soa que está sendo filmando por uma criança. Algo que casa perfeitamente e idealizado de forma criativa para causar um sentimento inquietante e dinâmico para o filme. 

Normalmente, quando somos crianças não temos à malícia psicológica e física que temos hoje em dia. Crianças são seres ingênuos e sem más intenções, até uma certa idade. Mas, no filme parece que toda essa pureza infantil foi escrita em um quadro e apagada por um apagador. Levando o espectador refletir à verdadeira rebeldia contemporânea que nosso mundo está sofrendo, afetando até quem menos imaginamos. 

Atuações são julgadas contextualizando à atmosfera filmica, ou seja, não devemos esperar concepções pessoais e jogá-las em todos os filmes que assistimos. No longa, temos à brilhante atuação de Leonie Benesch vivendo à ingênua professora Carla Nowak, que após ser roubada, está determinada à descobrir o envolvido (a) que está por trás disso. Carla Nowak (Leonie Benesch), é o espelho social de cidadãos que ainda presa pelos ideias educativos/escolares e os ideias sociais. Uma inocência que acaba acarretando em problemas, o longa deixa evidente aquela frase que só os bonzinhos se ferram, e diga-se de passagem... Isso é verídico. 



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