Crítica | Vestida Para Matar (Dressed to Kill)

Fraturas e consequências de um "amor" pecaminoso. 

Vestida Para Matar (Dressed to Kill), evidência às dilaceraçoes causadoras da promíscuidade sexual. É interessante como Brian De Palma desloca uma fumaça pecaminosa e traz de forma  saturada aos olhos do espectador. Quando assistimos ao longa, temos à sensação de que à lente de nossos óculos está embaçada pela neblina ardente de um banho quente. Normalmente, dizemos que Vestida Para Matar (Dressed to Kill), é uma releitura de recursos linguísticos usados por Alfred Hitchcock, em obras como, Um Corpo que Cai (1958) e Psicose (1960). E mesmo que Brian De Palma replique certas nuances das obras de Hitchcock, não consigo ver o longa como algo saudosista ou plágiador. Vestida Para Matar (Dressed to Kill), é um Thriller que organiza e inaugura elementos do cinema maneirista. Um cinema que surgiu no começo dos anos 80', desenterrando tendências e recursos vindas de obras artísticas maneiristas, assim, moldando para à sétima arte. O longa utiliza o maneirismo para destacar o perigo eminente que está prestes à acontecer.
Aqui temos uma das primeiras obras do cinema maneirista. O maneirismo, se constrói à partir de uma identidade onírica e diegetica dos personagens, as cores vibrantes e esfumaçadas nos dão indícios dos verdadeiros perigos que estão prestes à acontecer. E todos esses indícios são diegeticos em sua mise-èn-scene como, Psicose (1960) de Alfred Hitchcock. É evidente que o cineasta colheu recursos usados por Hitchcock, mas não entrega um trabalho escrachadamemte plagiador. Normalmente, à filmografia de Alfred Hitchcock nos dão ideias próprias, já no longa dirigido por De Palma, ficamos sem uma resposta que fassa um sentido lógico. 

O maneirismo do início dos anos 80' cobre uma escassez criativa de cineastas que estavam acostumados com a "velha guarda estilistica". O maneirismo vem como algo que fortalecerá à criatividade estilistica para adaptar à uma estética que estava em famosa na época. Brian de Palma, foi um cineasta que após esta descoberta começou à aderir em seu estilo filmografico, mesmo que o diretor partilhe de conceitos de obras classificas do suspence, todo esse majejo conceitual parte de uma adaptação autoral. 

O maneirismo de Vestida Para Matar (Dressed to Kill), está muito mais interessado na beleza conceitual que trará um efeito amedrontador e melodramático para o filme. No longa dirigido por Brian De Palma, as atuações serão exageradas e levadas ao limite do caricato, claro, algo realizado intencionalmente. causando uma fotogenia fantasmagórica e estilistica para os planos. Arrisco dizer que o elemento mais chamativo é emblemático de Vestida Para Matar (Dressed to Kill), é sua fotogenia que inspiram obras até os dias de hoje. 

No Thriller psicológico de Brian de Palma, Dr. Robert Eliot, terapeuta, passa por momentos terríveis e sanguínarios, um assasino transexual rouba à sua navalha para matar suas pacientes. O longa não tem como característica nos passar temor ou agonia, o temor vem como uma persona psicológica que adentra o nosso sensorialismo. 


Se fosse possível resumir o longa em breves e simples palavras, podemos dizer que aqui temos uma prova viva e visível do melodrama na sétima arte, desde os cenários e as atuações. O filme soa como à atmosfera exagerada de Um Corpo Que Cai (1958), com a releitura de cenas emblemáticas de Psicose (1960). Brian De Palma, utiliza esse saturamento facial como uma forma de expressão de atos, todos os acontecimentos em Vestida Para Matar (Dressed to Kill), soam lúdicos e atmosféricos, a mise-èn-scene é algo degradante que está posta para amedrontar os personagens dentro de uma bolha onírica. 

Há uma pergunta que intriga as causas e o por que de tais acontecimentos violentos "inexplicáveis". Uma abordagem sexual e profunda, é algo que pode ser explicado de maneira didática. Podemos dizer que o assasino (a), vive uma revolta com à sua própria natureza como ser humano. E a promíscuidade ou o descuido sexual alheio, traz uma amarga revolta. Soaria genérico apenas à violência gratuita ser espelhada por meio de assassinatos em série, à psicologia entra como um conceito complexo e reflexivo para inúmeras derivações de interpretações. Vestida Para Matar (Dressed to Kill), é a essência do cinema de suspence, trazendo a ambiguidade de forma esfumaçada mais que podemos sujar nossas mãos para decifrar à violência. 




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