Crítica - Nosferatu (2024)
A reimaginação do clássico mudo alemão acende boas questões a respeito do cenário atual — sobretudo como o mainstreaming industrial tende a se escorar naquilo que Friedrich Nietzsche (1844–1900) chamaria de força ativa e reativa. É uma leva que se dá pela economia da repetição que, no cinema, pode ser lida de modo nietzschiano: é nela que se vê claramente a tensão entre a força ativa e passiva. A indústria repete para conservar: franquias, reboots, multiversos e remakes para que haja uma espécie de ressentimento formal. Em vez de criar o novo, o que já foi testado retorna, excluindo um provável risco. Aqui, essa repetição mecânica funciona como um mecanismo de defesa: reproduz para neutralizar. Pois o novo pode assustar — fracassar comercialmente então é fundido em moldes já existentes. Tal gesto é reativo. Já o apaziguamento do espectador funciona como uma "espuma narrativa": o espectador não é convidado a enfrentar as estranhezas, mas...