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Crítica - Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice

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Ontem à noite, acabei assistindo ao clássico Beetlejuice (1988), e, em 2024, nos deparamos com uma repaginada nesse arco mórbido, cômico, crítico e pueril. Acabei chegando a uma conclusão: uma soma que não diz respeito apenas ao Beetlejuice Beetlejuice, lançado neste ano, mas sim à aura que Tim Burton criou e reproduziu como estética em seus projetos. Uma das sensações mais marcantes do filme de 1988 é uma quase incapacidade, por meio dos dispositivos existentes na época. Sinto que Burton quer fazer algo a mais do que as próprias limitações temporais permitiam. Por outro lado, a obra se mantém inventiva e autoral. Agora, por outro lado, ela cai naquele desejo barrado pela própria época de realização. Costumo sempre falar que é uma responsabilidade tremenda da parte dos envolvidos em um projeto que tem como base um anteprojeto primário. Da mesma maneira que os realizadores têm com documentários, ou algum filme que n

Crítica - Afraid

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Questões, premissas que procuram uma abordagem inteligente e engajante sobre o assunto inteligência artificial, se encontram presentes desde quando o cinema estava dando os seus primeiros passos. Desenhar na película, destacar uma intensa ambiguidade, não é um interesse tão jovem nessa arte centenária. Quer dizer, ir muito longe, viajar anos e anos nesse catálogo coberto pelo enigma, é um desserviço. Eu sinto que não precisa ir tão longe assim para refletir esse dilema, basta chegar num homem, um gênio, Stanley Kubrick (1928-1999).  2001: Uma Odisseia no Espaço,  de 1968, é o melhor filme que assisti em toda minha vida. Foi o ápice de destrinchar essa curiosidade presente no homem, de rasgar os limites do espaço e do tempo e abordá-lo de maneira ambígua, complexa, que proporciona uma reflexão que dure horas, décadas, milênios. É fácil perceber que o querer desse estudo temporal e atemporal se espalhou em outras cabeças. Ou seja, o longa-m

Crítica - Apartamento 7A (Apartment 7A)

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Um dos maiores defeitos de um prólogo é se escorar nas qualidades artísticas e emocionais do original como palco de sustentabilidade. Dito de outra forma, o maior tropeço de filmes desse estilo é o próprio comodismo da parte dos envolvidos no projeto, por falta de criatividade, não passando pelo processo criativo íntimo que cada projeto deve passar. Ou seja, eles escrevem um rascunho medíocre que se escora num esboço clássico, e muito bem modelado, na intenção de desenvolver um vínculo emocional com o público por meio de um déjà-vu imagético. Isso não é uma regra que deve ser seguida de forma meticulosa, até porque é quase obrigatório um filme passar por essa peneira emocional e tácita com sujeito, memória e imagem — um laço amarrado pelas lembranças e fascínio. Certas relações são formadas com o tempo. Tomamos maturidade e consciência de tais assuntos quando observamos com malícia, sem fanatismo nenhum. Se aplicarmos esse raciocínio no g