Crítica - As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath)
Mesmo que As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath), lançado em 1940, estabeleça sua verossimilhança de modo claro, o discurso que outrora poderia acabar soando como complexo (para os leigos quando o assunto é política) não acaba dificultando essa nitidez apenas como uma forma de expressar resultados edificadores, resultando num quebra-cabeça de peças que são espalhadas pelo tempo, pelo vento. Tendo em vista a alegoria que o filme demonstra, poderia cair naquela fórmula "cabeçuda" de algo que, embora sua premissa seja atingir as grandes massas, vende apenas um vigor audacioso da parte do próprio Ford. Vale lembrar que boa parte de sua poesia é articulada com muita modéstia, com elementos muito simples: a natureza, a brisa fresca que bate no rosto de alguém que está no meio do campo, os animais, a felicidade que não se escora num acúmulo exacerbado de capital. Ford sabe usar de forma controlada esses espaços simplistas,